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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

31 de Março, 2016

Uma semana depois: e agora?

Vera Gomes

 

Faz hoje uma semana que os atentados em Bruxelas tiveram lugar. Apesar da cidade estar a recuperar há ainda  um longo caminho a percorrer. A maioria das pessoas vivem a olhar por cima do ombro e ainda ontem mais do que uma colega no escritório me diziam que gostariam de voltar ao país natal.

 

Os transportes continuam a funcionar a meio gás, com o metro apenas a circular das 7 às 19h e apenas serve algumas estações. A minha rotina para chegar ao escritório mudou por causa disto. O metro circula vazio, os autocarros cheios. Há um clima de tensão no ar: por um lado não se quer ceder ao terror que os terroristas querem espalhar, por outro lado tenta-se fazer a vida o mais normal possível.

 

Ao longo desta última semana perguntaram-me várias vezes se eu não tinha saudades da vidinha pacata de Lisboa, se não queria voltar para Portugal, se ainda quero continuar a fazer a minha vida em Bruxelas. Bom... o que aconteceu em Bruxelas pode acontecer em qualquer lado e infelizmente Bruxelas não é caso único. No Domingo passado morreram muito mais pessoas num atentado no Paquistão. Bruxelas sentimos mais porque nos é mais próximo e torna a ameaça mais real. Aconteceu mesmo aqui ao lado (literalmente) e fez-nos perceber que vivemos numa falsa sensação de segurança. Não é por isso que irei mudar a minha vida ou que o tenho planeado para ela. Gosto muito do que faço por cá, apesar das suas particularidades e da insegurança, Bruxelas oferece boas condições de vida, eventos culturais de todo o tipo, acesso às grandes capitais da Europa. O tempo continua a ser uma caca e a ausência de sol/ luz também, não pensem que morro de amores pela cidade. Mas morro de amores pelo trabalho que faço, gosto das pessoas com quem trabalho, gosto da ideia de ter perspectivas de futuro que a pacata Lisboa não me oferece. Por isso, sim, continuarei por Bruxelas. Recuso-me a ceder à política de terror que uns anormais querem espalhar.