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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

12 de Junho, 2016

Não é o glamour que parece

Vera Gomes

Sempre que viajo em trabalho recebo mensagens ou comentários a dizer que sortuda sou, "rica vida" e afins. Bom... claramente quem escreveu/ diz coisas destas são pessoas que nunca viajaram em trabalho ou nunca o fizeram mais de duas ou três vezes.

 

Acreditem: viajar em trabalho não são doçuras. É certo que por vezes tem-se a sorte de ter um tempo livre e conseguir visitar e conhecer um bocadinho mais a cidade onde se foi. Mas muito raramente isso acontece.

Normalmente é ir, reunião, eventos relacionados com trabalho, hotel e aeroporto. Aliás, já foram mais as vezes que conheci melhor o aeroporto do que a cidade em si. 

 

Também há o óbvio pormenor que no escritório a vida continua apesar da nossa ausência e por isso os emails não param de chegar, as coisas para resolver, os documentos para redigir e entregar. Quando finalmente se chega ao escritório para um dia normal "das 8h30 as 18h" a caixa de correio electrónico está inundada de emails por responder que demoram semanas até se conseguir pôr em dia. E claro, como viajas em trabalho, espera-se que pelo menos uma vez por dia vejas os teus emails e respondas às solicitações urgentes. Não importa a que hora nem em que fuso horário estás. 

 

Acresce que muitas das vezes as horas de trabalho quando viajas são muito mais do que as normais 8h. Começas cedo, reunião atrás de reunião, almoço trabalho, mais reuniões, eventos de networking ou jantares de trabalho. E quando finalmente acabas o dia de trabalho, vais para um hotel. Estás longe da família, amigos, namorado, etc. E chegar tão roto ao hotel que só esperas que consigas dormir e ter um bom pequeno almoço pela manhã para continuar. 

 

No regresso há também uma coisa engraçada para se lidar: o jetlag. Viagens curtas de trabalho normalmente não implicam mais do que uma ou duas horas de jetlag, um ou dois dias. Contudo, acabei de chegar de 12 dias na América do Sul em que a diferência horária rondou as 5 a 6 horas de diferença. Cheguei à três dias e apesar de todas as técnicas e truques e afins ainda não consigo ter uma noite de sono tranquila. E, eu que fui sortuda, como viagei quarta e quinta, fiquei a sexta feira em casa. Fim de semana prolongado com a doce esperança de lidar com o jetlag até segunda. Doce vã esperança...

 

Nem sempre se tem dias de descanso entre o chegar de viagem e o regresso ao escritório. E se queres dias de descanso, bom, metes férias. 

 

Já viajei mais em trabalho do que actualmente. E ainda bem. Gosto muito de sair do escritório e ir ao terreno, mas de vez em quando, dois três dias e está bom. Tenho colegas que ficaria mais barato viverem num hotel do que terem alugado um apartamento. Nunca estão cá. Não têm vida social. Vivem em hoteis por esse mundo fora. Onde está a piada?