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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

30 de Outubro, 2016

Juro: não sei como conseguem!

Vera Gomes

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Ora, como nos últimos meses peso não é coisa que abunda por estes lados, a pouco e pouco fui-me rendendo às evidências da necessidade de adquir uns modelitos novos para o roupeiro. Estavam pobres e abandonados nas lojas e eu, generosa e alma caridosa que sou, dei-lhes alojamento por tempo indeterminado ou até que a balança nos separe. 

 

Um destes dias, depois de uma daquelas consultas médicas que até me deixou zonza de tanta informação recebida, achei por bem espairecer. Por isso passei pela Calzedonia para adquirir umas daquelas leggings que parecem calças na esperança que me assentassem melhor do que calças. Isto porque agora ando algures entre a secção de crianças e o 34 (e nesta nova condições de magra) posso abusar de roupa mais justa e tirar partido do meu look anjinho miniatura Victoria Secret. A muito solicita empregada da loja recomendou-me um S que me pareceu desde logo demasiado estreito mesmo para o meu parco traseiro. Contudo, a rapariga, no alto do seu francês com sotaque

italiano, assegurava-me que iriam servir, que o modelo era o mesmo que ela trazia vestido e era o S, etc etc e tal. Olhei para a anca dela, olhei para a minha, olhei para o S, franzi o sobrolho, mas dei-lhe o benefício da dúvida perante tanta certeza que emanava das palavras da empregada. Como estava num daqueles dias que despir e vestir não era coisa que me agradava, paguei, com a condição de experimentar em casa e logo se via. 

 

Meu caros, não sou pessoa de desistir à primeira e por isso tentei enfiar-me dentro daquele S demoníaco duas vezes. A segunda correu melhor: consegui enfiar até à anca sem contudo ter tentado apertar porque só isso parecia que teria que deslocar todos os orgãos do meu baixo ventre até ao sítio onde habitualmente estão os meus pulmões. As pernas, (ai as pernas!), essas deixei-as de sentir ao fim de 5 segundos dentro daquele tecido apertado, que dizem empina o cu, mas a mim só me causou dormência. 

 

Voltei à loja para devolver as leggings do demo. Nesse dia, curiosamente, ia de saia, que exaltava todo o meu sex appeal de mini anjo da Victoria Secret. Expliquei à empregada (que era uma outra) que S não dava. Tinha que ser o número acima e sob condição de experimentar para ter a certeza que iria conseguir sentir as minhas pernas depois de me enfiar lá dentro. A empregada olhou-me com o olhar mais surpresso deste mundo e do Além e respondeu-me que ela própria usava aquele modelo e que usava o tamanho S e, incrédula, perguntou-me se eu tinha a certeza que não servia. Mais incrédula fiquei eu (juro que aquilo parecia uma competição de incredulidades) por ela usar o S, tendo em conta que olhando para ela nunca diria que ela usaria um tamanho mais pequeno que 38! 

 

Lá fui experimentar o M que, sim, serviu na perfeição: justo e a sentir as pernas vivinhas da silva. Contudo, não pude deixar de reflectir, se para trabalhar na Calzedonia é requisito usar tamanhos de roupa que transforma tudo o que fica abaixo da cintura numa espécie de membro fantasma: está lá, eu vejo com os olhitos, mas não sinto nadinha! Tenho até sérias dúvidas o quão saudável será usar roupa tão apertada. Eu, assim como assim, gosto de roupa que não me estrangule e por isso, o M mudou-se para o meu roupeiro.