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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

23 de Abril, 2020

Dia Mundial do Livro e Papel Higiénico: o que têm em comum?

Vera Gomes

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Hoje celebra-se o Dia Mundial do Livro. E eu poderia falar dos milhentos livros que já li ou daquelas dezenas que e marcaram e que jamais irei doar porque me marcaram tanto. Podia. mas não vou. Irei falar de um único livro apenas. O único livro que escrevi em toda a minha vida: (con)Viver com Doenças Inflamatórias do Intestino.

 

Este livro é muito especial para mim: em parte porque tenho uma Doença Inflamatória do Intestino (isso já não é novidade para ninguém que siga aqui o estaminé.). Mas também porque o livro pretende dar voz àquelas que sofeream, sofrem e sofrerão em silêncio com uma doença crónica que consegue ter momento altamente debilitantes e embaraçosos.

 

Quando se recebe um diagnóstico é uma mistura de alivio com desespero. A notícia de se ter uma doença para a vida que requer tratamentos para a vida e com todas as perguntas que surgem em torno disso, é um peso demasiado grande para se carregar. Agora imagem quando a pessoa que é diagnosticada, é um bebé. Uma criança. Um adolescente. Um jovem adulto. Já imaginaram o sentimento de revolta que se sente? O desespero de uma mãe em tentar ajudar o seu filho?

 

Este livro fala de tudo isso. Este livro mostra tudo isso. Porque uma doença inflamatória do intestino, seja Crohn ou Colite Ulcerosa ou outra forma de Colite, não afecta só quem a tem: afecta quem nos rodeia (família e amigos), afecta os profissionais de saúde que lidam com elas diariamente; afectam os nossos colegas de trabalho. 

 

Informação é poder. E por isso surgiu este livro: educar, informar e sensibilizar para estas doenças. Para que haja mais compreensão, mais inclusão, mais oportunidades. Por isso, leiam o livro. Recomendem-no a alguém. Porque só assim viveremos numa socidade mais empática e mais inclusiva.

 

 

21 de Abril, 2020

Um livro sobre esperança já que tudo está fodido...

Vera Gomes

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Toquem as trompetas de triumfo porque em quase 6 semanas de isolamento profiláctico consegui a magnifica proeza de ... ler UM livro! Sim, um livro desde o principio ao fim! Doida eu! Enquanto já a malta leu autênticas biblias e todos os clássicos russos, eu li um livro de pouco mais de 200 páginas. E devo já dizer, que recomendo vivamente!

 

Ora pois bem, entre fins de tarde de ócio e momentos de esparramar ao sol, li o "Everything is fucked - a book about hope" do Mark Manson. Já tinha lido o primeiro livro dele no ano passado e confesso que gostei da escrita pretenciosa. Sim, é mais um livro de auto-ajuda autobiográfico q.b., mas não deixa de ser interessante se nos dá perspectivas novas sobre a vida em geral sem os lirismos recambolescos e sem sentido do Gustavo Santo ("Covid é amor" - sério?!).

 

Este segundo livro segue a mesma onda de liguagem de trazer por casa que mais parece que estamos numa mesa de café a bebiricar um copo de vinho enquanto trocamos postas de pescada e impropérios sobre a vida. Lê-se bem, tem momentos em que nos faz pensar um bocadinho (pelo menos a mim fez) sobre as nossas reacções e como escolhemos algo. Um livro que faça pensar nem que seja um bocadinho, é sempre um bom livro.

Tenho uma pilha de livros (aliás... várias) para ler. Tendo em conta o quão fodido o mundo está neste momento, achei que um livro sobre esperança era perfeito para esta ocasião. Já que tantos falam em momentos de introspecção e nos tornarmos melhores pessoas, achei por bem começar por perceber melhor o que nos move e como o nosso cérebro toma decisões. De facto... está tudo fodido!...

 

16 de Abril, 2020

Como o Mais Que Tudo se rendeu ao mundo das quiches?

Vera Gomes

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Ora bem, o Mais Que Tudo, Mestre da Culinária cá de casa, resolveu ceder aos meus inúmeros apelos e ter quiche para jantar. Ou seja, EU poderia fazer uma quiche para o jantar para O convencer que quiche era bom. Yeap... eu! Juro que quase morri de nervos no interior de mim com tão importante missão. 

Como é óbvio recorri a quem sabe: a minha guru da cozinha, a Ângela. Lá me enviou uma receita que tinha tudo para ganhar. E sobretudo, é uma receita tipo "quiche para totós!" e quase impossível que eu falhasse. Resolvi ainda assim arriscar e juntei-lhe cogumelos que estavam destinados à morte no frigorifico. O petisco: quiche de espargos e cogumelos! :D

A receita (E não me peçam muitas quantidades porque eu praticamente faço quase tudo a olho e tive que adaptar a receita à forma que tinha) é a seguinte:

Ingredientes:

  • Massa comprada no supermercado
  • Espargos
  • Cogumelos
  • 5 ovos
  • uma chávena de leite (usei sem lactose porque a je é intolerante)
  • salsa picada
  • cebola
  • alho
  • sal
  • mozarella

 

Preparação:

Pica-se a cebola e o alho e deixa-se saltear com um bocadinho de azeite. Juntar os espargos e pouco depois os cogumelos, temperar e deixar cozinhar um pouco. 

Numa taça, bater os ovos com o leite. Juntar a mistura dos vegetais. Polvilhar com a salsa e a mozarella. 

Pôr a massa na forma e colocar a mistura preparada. Levar ao forno a 220 graus. Mais ou menos 20 minutos e está pronto :) 

 

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E não só o Mais Que Tudo gostou como sugeriu que de vez em quando houvesse quiche para jantar. Eu a fazer, claro, para ele ter folga na cozinha. 

 

 

15 de Abril, 2020

O tempo perguntou ao tempo: o que é que o tempo faz?

Vera Gomes

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Não tenho escrito no blog. Por vezes penso que deveria escrever algo, mas não creio que faça sentido escrever algo só porque sim. Verdade é que têm sido semanas longas, com uma nova realidade a que me habituar, toda uma nova dinâmica para entranhar-se.

 

Amanhã faz 5 semanas que estou em casa. Cinco semanas. Já tive semanas que passaram a voar, outras que pareceram anos. Dias triste, dias depressiva, dias motivada e alegre. Uma espécie de carrossel emocional.

 

Vejo gente empenhada em motivar outros a fazerem tudo e um par de botas. Sinceramente, não quero aprender uma língua nova, nem aprender a fazer macramé ou em perder 5 quilos durante a quarentena. Tenho trabalhado a partir de casa em modo emergência. O Mais Que Tudo também. Trabalhamos em modo não stop desde que acordamos até ao fim da tarde. Fazer jantar, limpar a casa, tratar do cão e a seguir ao jantar o que queremos é sopas e descanso. E há dias em que não apetece cozinhar, nem limpar e está-se bem. Porque raio temos que estar constantemente em pressão que temos que fazer coisas?

 

Limitei o meu acesso às noticias propositadamente. A quantidade de informação e desinformação, contradições e suposições e pseudo peritos em pandemias estavam a rebentar com o meu neurónio. A minha qualidade de sono melhorou imenso desde que fiz isso! Já chega ter que lidar com toda a incerteza do quando sairemos de casa; como sairemos; quando poderei ver a minha familia em Portugal novamente. Ter que lidar com arautos da desgraça e curas milagrosas e pessoas sem escrupulos a tentar ganhar dinheiro com o desespero dos outros, foi o meu limite.

 

A minha casa sempre foi um porto seguro e farei tudo para que assim continue a ser. Portanto, menos noticias, menos redes sociais. Saúde mental agradece. E se calhar foi também por isso que me afastei da blogosfera. Porque há muitas emoções para gerir, mais do que é normal; muitas incertezas. E só isso, já é um trabalho a tempo inteiro. Por isso, não: não irei aprender uma lingua nova, nem treinar todos os dias, nem aprender a fazer macramé. Irei continuar a gerir as minhas emoções, irei continuar a trabalhar e a ter momentos meus de calma e tranquilidade sempre que queira e precise.

 

Depois da quarentena, certamente haverá vida. Talvez uma vida diferente daquela que conhecemos agora, mas ainda assim: vida. E nessa vida, haverá tempo para tudo o resto tal como houve na vida pré-covid.

 

 

02 de Abril, 2020

Plãoneta: a loucura do pão também chegou cá a casa!

Vera Gomes

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Ora, quem me conhece sabe perfeitamente que cá em casa quem tem dotes de cozinha é o Mais Que Tudo. Contudo, agora que estamos em isolamento, aproveitei os fins de semana para experimentar algumas coisas. Já foi o bolo de cenoura que já partilhei aqui no Escadinhas; e depois rendime à Pãodemía da Filipa Gomes e experimentei pão. A primeira tentativa tinha tudo para ser um modelo de Terra plana...

Não desistindo da ideia de também ter um pão estaladiço e de babar cá por casa, resolvi tentar novamente. Não está perfeito, mas está muito melhor. Pelo menos já se assemelha a pão! E foi o nosso pequeno almoço nos últimos dias. E por alguém dito que se assemelha a um planeta, passou a ser conhecido entre os amigos como "Pãoneta" ou "Plãoneta".

Como houve várias pessoas a pedir a receita, aqui vai ela. Mais uma vez, a receita é da Filipa Gomes que a partilhou no instagram e eu, confesso... rendi-me porque é mesmo mesmo fácil de fazer (tal como eu gosto). 

3 chavenas de farinha (cerca de 420gr)
1chavena e 1/2 de água (360gr)
1 colher de café de fermento de padeiro seco
1 colher de chá de sal

Misturar tudo, tapar e deixar levedar por 8-12horas (ou até 24h).
Quando esse tempo passar, enfarinhar bem a bancada (ou papel vegetal, que fica mais fácil) e deitar a massa. Puxar de fora para dentro algumas vezes até formar uma bolinha. Virar a costura para baixo e deixar descansar tapado enquanto se pre-aquece o forno a 250° com uma panela lá dentro (de ferro, de preferência, e que tenha tampa).

 

A Filipa explica tudo melhor do que eu:

 

 
 
 
 
 
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(Vídeo completo no IGTV - é só clicar) Como prometido, aqui fica a receita do PÃOdemía! Agora que estamos todos em casa, um pãozinho óptimo e basico, que QUALQUER pessoa consegue fazer. As medidas são quase a olho (na proporção de 2 volumes de farinha para 1 de água) e a massa não precisa de ser amassada, só misturada! 3 chavs de farinha (cerca de 420gr) 1chav e 1/2 de água (360gr) 1 c cafe de fermento de padeiro seco 1 c chá de sal Misturar tudo, tapar e deixar levedar por 8-12horas (ou até 24h). Quando esse tempo passar, enfarinhar bem a bancada (ou papel vegetal, que fica mais fácil) e deitar a massa. Puxar de dentro para fora algumas vezes até forma uma bolinha. Virar a costura para baixo e deixar descansar tapado enquanto se pre-aquece o forno a 250° com uma panela la dentro (de ferro, de preferência, e que tenha tampa). Assim que estiver super quente, passem a massa para dentro da panela, tapem e levem ao forno por 30minutos. E a magia acontece! Tirem a tampa e assem mais uns 10minutos para uma crosta bem crocante. E QUEM NÃO TEM PANELA DE FERRO? - usem uma panela de inox que tb da! Não fica tão alto nem tão crocante, mas fica muito bom!- confirmem que a panela pode ir ao forno, que não há borrachas nem plásticos. E tb da para fazer num tabuleiro destapado. Fica baixo, mais tipo focaccia, (porque não tem a humidade que a tampa provoca e que o faz crescer). Reguem com um fio de azeite e juntem pedaços de presunto e queijo que possam ter a sobrar aí em casa, é delicioso! (E pizza? tenho a certeza que funciona!) Portanto, é pão para todos! Espero que gostem do vídeo e que este PÃOdemía vos ajude a passar estes dias de aperto e incognita. Cuidem de vocês!

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