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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

27 de Junho, 2019

Cultura e tradição não são o que eram!

Vera Gomes

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Cresci com animais criados pelos meus avós para abate e consumo próprio: galinhas, coelhos, porcos. Tão depressa estava a tratá-los como animal de estimação como eram o jantar nesse dia. Ajudei muitas vezes na matança do porco: segurava a bacia para recolher o sangue enquanto o matador enfiava a faca na jugular. Segurei as patas traseiras dos coelhos para a minha mãe esfolá-los. Segurava as galinhas para serem mortas e depois ajudava a depená-las. Não sou, em parte por isso, uma pessoa facilmente impressionável. 

 

Algures nos meus vinte e poucos anos, fui a Madrid pela primeira vez e ofereceram-me bilhetes para ir à La Ventas, a praça de touros. Lembro-me de entrar e sentir que estava num coliseu romano, com lugares apertados e totalmente apinhado para verem com expectativa o que se seguia. 

 

O primeiro touro entrou na arena e fiquei imediatamente apreensiva e com vontade de me ir embora. O touro entrou já com sangue a escorrer-lhe na pele e no dorso. O toureiro fingia uma dança que na realidade não era mais do que uma tortura maquiavélica num animal que já à partida estava numa posição inferior. Nunca seria uma luta de igual para igual. A certa altura, o toureiro sacou de uma espada para o golpe de triunfo do ser humano sobre um animal indefeso. Falhou. Falhou miseravelmente e o que vi impressionou-me, enojou-me, chocou-me. Ainda hoje tenho a imagem bem presente do touro a vomitar sangue por todos os orificios e em agonia enquanto esperava que alguém lhe aplicasse um golpe de misericórdia e terminasse com o seu sofrimento. 

 

A multidão que assistia não gostou do que viu, mas apenas porque o toureiro "não era grande coisa" conforme me explicaram. Não sei como não vomitei de nojo ali mesmo. Não conseguia sair, não estava sozinha e tive que ficar até ao fim, em que basicamente passei o resto do "espetáculo" de olhos no chão, recusando-me a ver.  

 

A diferença entre a tourada e a matança dos animais que os meus avós faziam não podia ser tão díspare. Os meus avós respeitavam o animal, tentavam dar-lhe uma morta rápida e sem dor. Matavam para comer. Não para se divertirem. E ai de quem estivesse a asssitir com pena do bicho ali ao pé, porque segundo a minha avó, isso prolongava a agonia ao animal e nem pensar! Além disso, não era um espectáculo para se ter assistência. 

 

Cruzei-me por acaso, com uma publicação no Facebook de um "ATL inclusivo" em que levaram crianças a assistir a uma tourada. Não sei muito bem como é que este tipo de actividade é inclusiva ou se as pessoas responsáveis pela essa actividade têm noção do que significa a palavra "inclusão". 

 

Não me digam que é tradição: na Idade Média também era tradição comer com as mãos, todos da mesma travessa, e limpar as mãos aos cães que circundavam a mesa; tamém era costume urinar e defecar para baldes e atirá-los para a rua, sem se importarem com quem passava debaixo da janela (daí a expressão "água vai"); a tortura da inquisição e a pena de morte também era "tradição" e "cultura"; trabalho infantil também era "tradição" até há bem pouco tempo; casamentos combinados por interesses e sem consentimento dos noivos também eram "tradição" (e em alguns sitios ainda são). Os meus avós há muito que não fazem matanças. Mas torturar um animal até à morte apenas por diversão continua a existir  e a ser "cultura" e "tradição".

 

Uma coisa sei: sim,eu ajudei a mater galinhas, coelhos e porcos para consumo próprio. Mas jamais serei capaz de apoiar uma tourada. 

 

 

26 de Junho, 2019

12 canções para alegrar dias sombrios

Vera Gomes

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Não sei se é o mesmo convosco, mas volta e meia tenho daqueles dias fodidos (mesmo fodidos) em que o mundo parece desabar em cima dos nossos ombros e o chão abre-se para nos engolir sem mastigar. Para esses dias eu tenho uma lista de músicas (chama-se "claque") que me fazem bater o pézinho, iluminam a alma na escuridão, fazem-me saltar e dar murros no vazio como se estivesse a esmurrar a razão da minha frustação e me fazem sentir mais espevitada para enfrentar as adversidades. 

 

Às vezes é o ritmo, outras uma frase, outras vezes tudo. Certo é que estas são as minhas músicas de me animar e dar coragem ou aliviar frustação! Sem nenhuma ordem preferencial, basta carregarem no vídeo e ouvir a lista completa em modo replay!

 

 

Qual A vossa música de levantar o ânimo? Qual a vossa música terapêutica?

 

 

 

24 de Junho, 2019

3 constações depois de uma semana no Algarve

Vera Gomes

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Estive uma semana de férias no Algarve pela primeira vez na minha vida. Sim, é verdade, nunca tinha estado uma semana no Algarve. E depois de ter estado lá uma semana,  ter gostado imenso de ter estado com os papás e sol, mar e areia, e depois de estar há 6 anos fora de Portugal, deu para que há coisas que não mudaram, sendo elas: 

 

 

20 de Junho, 2019

3 sugestões para ganhar dinheiro com uma doença inflamatória do intestino

Vera Gomes

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Caros vizinhos,

 

como sabem estou de férias e por isso há tempo para escrever aqueles posts que tinha aqui guardados até "ter tempo". O tempo chegou de como pôr um Crohn ou uma Colite Ulcerosa a render dinheiro para os vossos bolsos! Todos sabemos que são muitas consultas, muitos exames, muita medicação nem sempre comparticipada, por isso, aqui ficam algumas ideias:

 

 

19 de Junho, 2019

Tira a pilha e....

Vera Gomes

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Como já devem ter percebido pelo Facebook ou o Instagram do Escadinhas, esta semana ando a recarregar baterias com sol, mar e areia à mistura. Este ano tem sido intenso, mesmo muito intenso, sobretudo a nível profissional. Como sou uma pulga irriquieta, é normal. Mas o corpinho e o neurónio chegam a um ponto em que o máximo que se querem preocupar é: já é hora de estar ao sol? Está na hora de virar? 

 

É nestas alturas também que aproveito para pôr leituras em dia. Embora, confesse, desta vez, os dois primeiros dias foram mesmo para longas sestas entre meia dúzia de páginas lidas. Normalmente meço o cansaço pelas horas de sono e de sestas que tenho ao longo dos dias. A adrelanina é por vezes muito boa a esconder o cansaço (evidente). Confesso que este Dolce Fare Niente me sabe pela vida, porque assim que me meter no avião de regresso, chega a hora de pegar em tudo o que ficou pendurado mais aquilo que se acumulou e voltar à luta. 

 

Gostava de dizer que a minha vida é tão simples e fácil quanto parece e creio que nem aqueles que me são próximos têm noção do quão exigente é. Um sorriso nos lábios torna tudo mais fácil e quando se tem paixão pelo que se faz... bom... quem corre por gosto não cansa, não é? 

 

P.S.: e para aqueles que perguntaram: sim, tomo inumossupressores e sim podemos apanhar sol desde que com os devidos cuidados. Costumo dizer que são os mesmos que os de um bebé: protector solar com fartura, exposição ao sol só nas horas de menor calor e em doses reduzidas. O resto do tempo debaixo do guarda-sol, à sombra e com vista para o mar! ;)

 

 

17 de Junho, 2019

Oh pá: foi tão tão bom!

Vera Gomes

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Ora, como tinha escrito no Escadinhas , ontem estive estar na Feira do Livro supostamente a dar autógrafos. Mas por razões que para mim são óbvias, achei que quem tem que dar autógrafos são aqueles que permanecem no anonimato e na sobra, enquanto doentes enquanto cuidadores, enquanto amigos, enquanto... pessoas! E lá estive eu com o meu exemplar pronto a receber autógrafos! 

 

Confesso que só li o que escreveram, conhecidos e desconhecidos, no avião a caminho dos meus pais, que passaram um dia sozinho das tão prometidas férias. E sorri. A alma encheu-se com o carinho e as palavras de encorajamento que tinha nas páginas iniciais. Vocês são absolutamente fantásticos!

 

Houve Amigos, daqueles que se escrevem com A, que também estiveram comigo. Fizeram-me rir, deram-me a mão e abraços de conforto, fizeram-me sentir que nunca estou só! Obrigada!!!!

 

Agora... agora é tempo de descansar uns dias, carregar a bateria e depois voltar à luta! À rotina, aos projectos actuais, aos novos projectos! :) 

 

11 de Junho, 2019

Que dizem? Conto convosco?

Vera Gomes

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No próximo Domingo, estarei an Feira do Livro a partir das 17h30, no stand da Guerra & Paz a dar autografos a quem quiser um autografo meu. Confesso que é um bocado estranho eu estar a dar autografos, porque na verdade, a "heroína" não sou eu. Heróis são todos aqueles que estão desse lado a ler o que escrevo; todos aqueles que vivem com uma Doença Inflamatória do Intestino em silêncio; todos aqueles que me aturam, nos aturam, nos momentos mais díficeis. 

 

Por isso, tenho um desafio: e se me dessem um autógrafo no Domingo? 

 

Terei comigo um exemplar do livro que tem o meu nome da capa. Mas o que quero mesmo, é que esse livro tenha o vosso nome: dos que têm uma doença; dos que não têm nenhuma doença; dos que ajudam outros que têm doenças; o nome dos que têm empatia por outros. 

 

Afinal, estamos todos juntos no mesmo barco. Estamos todos no mesmo barco. Queremos todo um futuro melhor! 

 

Que dizem: Dão-me também um autógrafo no Domingo?

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