Várias vezes me perguntam como consigo ter tanta energia apesar de ter uma doença crónica, com períodos altamente incapacitantes, mais umas merdas que ainda andamos a tentar perceber o que se passa. Sinceramente, não sei. Das 9 às 21h (às vezes nem isso), creio que me movo com a adrenalina, o stress, a paixão pelo que faço. Depois morro. Mesmo, assim tipo morta, normalmente primeiro no sofá, depois na cama, como já ficou desmontrado neste blog noutros posts.
A verdade é que giro prioridades e urgências daquilo que faço, porque não não tenho a estaleca que tinha antes da Colite para fazer tudo e mais um par de botas. Tenho 12 a 14h por dia para ser funcional, dependendo das actividades que faça. E hoje... hoje foi um dos dias em que tive que gerir prioridades e urgências e garantir que a pilha duraria até, pelo menos, fazer o jantar.
Nunca pensei que isto me fosse acontecer, mas o certo é que agora que a juba capilar se transformou em algo grandioso e majestoso e longo, lavar e secar tornou-se numa tarefa hérculea. Não porque tenha o cabelo tipo Rapuzel, mas como a minha amiga Doença Inflamatória do Intestino, independentemente da época em que estejamos, traz a sua irmã gémea fadiga, confesso: lavar e secar o cabelo é muito cansativo! E se o faço, significa que não terei energia para fazer outras coisas, por exemplo levar o cão à rua, ou apanhar e estender roupa. Simplesmente porque a minha pilha gasta-se rápido e gasto mais energia agora do que dantes da Colite para fazer a mesmíssima tarefa.
Hoje tinha que ser eu também a levar o cão à rua ao final do dia (normalmente é o Mais Que Tudo que trata disso). A caminhada do final do dia tem sempre que ser mais longa. Eu acordei às 5h30 só porque sim. Tirei a tarde porque tinha maaaaais uma consulta, mas só saí do escritório quase às 14h, e aidna sem almoçar. O cabelo precisava de ser lavado, mas hoje de manhã a energia foi todinha só para sair da cama e vestir-me, por isso o cabelo acabou apanhado e já a ponderar como iria resolver a situação. Resultado, depois do médico fui ao cabeleireiro e fui muito sucinta no que precisava: lavar e secar, por favor. Note-se que eu vou ao cabeleireiro umas duas vezes por ano, e normalmente para cortar, e as senhoras que me conhecem há alguns anos, estranharam. Confesso que faziam-me perguntas, mas o cérebro já não processava o francês que saía da boca delas. O neurónio já tinha sido todo gasto até à exaustão na consulta que tive em.... francês!
Mas que se foda: hoje fui ao cabeleireiro para lavar e secar. Simplesmente isto. Porque depois precisava de fazer a caminhada com o cão, fazer o meu jantar, responder a uns emails, apanhar roupa do estendal, orientar umas coisas para as actividades das DII em Portugal. Portanto, a pilha não incluia força nem energia para lavar e secar o cabelo.
Quais as vossas estratégias para durarem o dia inteiro funcionais?