Eu tenho tantas histórias que qualquer dia crio um guia: sítios inusitados para ter histórias para contar aos netos.
Estava eu no aeroporto de Bruxelas a preparar-me para um regresso às origens. Isto implica sempre umas compras no duty free de quantidades monstruosas de chocolate. Paguei e ao sair da loja o alarme disparou. Ninguém quis saber e eu também não. Fui à minha vidinha até que o alarme disparou quando entrei e quando sai numa outra loja.
Nem queria acreditar! A minha saga com alarmes mal queimados nas lojas é longa! Lá coltei à loja dos chocolates, com ar de poucos amigos e expliquei o que se passava pedndo para queimarem novamente os alarmes. A empregada da loja muito surpreendida com o sucedido lá o fez. Sai da loja e tchan tchan: alarme disparou.
Passa o saco das compras. Nada. Para um pé, depois outro. Nada. Passo eu: dispara! Ora, a única coisa que trazia vestida mais recente era as calças. Lá começo à procura da etiqueta com o alarme por indicação da empregada da loja. Sim, eu estava a apalpar o meu rabo em público na demanda incessante de encontrar a etiqueta. E eis que...!
Havia de facto uma etiqueta com alarme. Mas nas cuecas. Que comprei há mais de um ano. Que sabe-se lá porquê, acordou para a vida e resolveu fazer o trabalho que provavelmente nunca fez enquanto habitou na loja onde comprei as cuecas.
Como termina esta história? Com uma desconhecida a pegar numa tesoura e a cortar a etiqueta da minha roupa interior no meio do aeroporto de Bruxelas numa tarde beeeem movimentada.