Aeroporto de Bruxelas: casa fantasma?
Há uns anos que conheço o aeroporto de Bruxelas. Mesmo antes de me mudar para cá, passei por lá muitas vezes quando vinha a reuniões no Conselho. Sempre o conheci cheio de gente, movimento, caos para chegar de carro (E muitas obras também, mas isso é comum a toda a cidade de Bruxelas). Hoje tive que viajar em trabalho para Bremen. Primeiro o voo foi cancelado. Depois arranjaram-me outro e lá fui eu, religiosamente duas horas antes tendo em conta todos os procedimentos de segurança que estão agora em vigor. Tudo o que posso dizer é que não estou a ver aqueles procedimentos de segurança a serem sustentáveis com o aeroporto a funcionar quase na sua capacidade máxima.
Para começar, de momento só se chega ao aeroporto de carro ou táxi e temos check point para os carros (mostramos que temos um bilhete). Os carros vão até um parque de estacionamento e depois os viajantes, com as suas malas (pobres coitados se têm buéeeee bagagem) levam as malas com as suas manitas até ao check-in. Anda, desde elevador, anda, sobe escadas, anda. Passa segurança, passa exterior, passa sei lá mais o quê, mostra passaporte e afins até que finalmente chega à zona do check in. Ali temos uns balcões improvisados, umas balanças emprestadas do Carrefour, as malas ficam num carrinho e reza-se para que tudo corra bem. O pior está para vir....
Bem eles avisam que o melhor é ir o mais leve possível. É que depois do check-in esperam-nos três andares de escadas até mais um posto de segurança (o normal e habitual caso tudo estivesse na normalidade). Se estás a mancar, se torceste um pé, se o reumático do joelho está a acusar: estás fodido! Não sei muito bem o que têm em prática para pessoas de mobilidade reduzida, porque não consegui ver nada...
Depois de passar a segurança, eis o cenário desolador: maior parte das lojas estão fechadas; o aeroporto deserto com apenas meia dúzia de pessoas a andar por lá à espera do voo. O meu avião estava cheio: metade com pessoas, outra metade com cadeiras vazias. É estranho ver o aeroporto assim: sem vida, sem alma. Talvez quando regressar no Domingo já esteja mais "animado". E claro, resta-me saber como será para regressar a casa: quantos quilometros terei de andar com mala, mochila computador, saco do roll-up até um meio de transporte.