Como penhorar o futuro de um filho
Chamar-lhe Lyani Viiktórya.
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Chamar-lhe Lyani Viiktórya.
Quinta-feira: greve geral. Outra vez. Há por aí quem dia que um dia a menos no salário é um investimento no futuro. Há quem pense que um dia de salário no presente é muita privação no futuro.
Eu cá estou é mesmo fartinha de greves.... que aquilo que fazem é dificultar-me a vida (e a muitas mais pessoas) para vir trabalhar.
... A minha casinha pinipon sempre foi uma espécie de porto seguro, onde lá dentro o tempo passa mais devagar e longe de tudo o que hipoteticamente me possa fazer mal. Saber que alguém tentou entrar sem autorização neste santurário deixa-me uma sensação amarga que se calhar não existem sítios assim tão invioláveis quanto julgava.
Hoje tentaram assaltar a minha casa. Não conseguiram, é verdade. Tive que chamar bombeiros e policia e tal para conseguir abrir a porta. A incompetência neste país chega a este ponto...
De qualquer das formas, a ideia de me assaltarem a casa é tudo mesmo agradável e obviamente que medidas preventivas foram já postas em curso.
Existe uma contudo, que tenho dúvidas: na mesinha de cabeceira, coloco uma faca ou uma frigideira?
Céu limpo com aguaceiros de chuva.
Hoje andei de comboio suburbano no Porto. E fiquei escandalizada quando a última vez que paguei bilhete para este tipo de comboio foi 1,40€ e hoje paguei 2,85€ por uma única viagem.
Sinceramente, quando entrei no comboio, que ia apinhado e por isso fiz grande parte da viagem em pé, sem a oferta de um snackzinho, senti-me chulada e enganada.
Não só são chulos como ainda fazem greves constantemente. Sinto-me mesmo ingénua....
Mas não foi nada fácil! Porque a viagem de comboio até à terrinha foi de facto suis generis.
Para não fugir à tradição, não se sentou nenhum gajo giro e atraente ao meu lado. Sentou-se uma senhora, que deveria estar perto dos 60 anos, respeitável e silenciosa. Até o comboio arrancar. Aí, muito discretamente, procurou na sua mala o seu Terço e começar a orar, certamente para que a viagem corresse ou o maqinista não se lembrar de fazer greve a meio do caminho.
Contudo, eis que passa o "hospedeiro" gentilmente e já num tom monocórdico a indagar se "desejam tomar alguma coisa". E para meu espanto e de muita gente naquela carruagem, a simpática senhora profundamente religiosa, deixou-nos de queixo caído. Timidamente à primeira, muito mais segura de si à segunda vez que teve que informar o senhor do seu pedido, lá lhe saí "é uma cerveja por favor". E claro que alcóol e as suas reces não combinam e por isso, enquanto bebeirou a sua Sagres o Terço foi discretamente colocado na sua mala até próxima investida.
A senhora seguiu viagem após eu sair do comboio, mas estou certa que o facto de não ter ficado agoniada com os solavancos do Alfa foi graças às orações que iam sendo murmuradas ao meu lado.
Acabei de chegar a casa depois de ver A Dama de Ferro. Percebo perfeitamente o motivo pelo qual a interpretação de Meryl Streep tem sido tão falada e premiada e concordo plenamente.
Confesso contudo que esperava ver mais sobre a vida política e sobretudo do período de governação da Margaret Thatcher. Se já tinha vontade de ler a biografia da senhora que abriu muitos caminhos na vida política para as mulheres e que serviu de exemplo no que concerne a vencer num mundo hostil e para homens, depois do filme fiquei ainda com mais vontade.
Portanto, próximo livro a entrar directamente no meu Kindle: biografia da Maggie!