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Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

Escadinhas do Quebra Costas

(con)Viver com Doenças Inflamatórias do Inflamatórias do Intestino. Aventuras, desventuras e muita galhofa! Que a rir custa menos e por isso "Sou feliz só por preguiça."

30 de Setembro, 2011

Berardo e cos contribuintes

Vera Gomes

O Berardo diz que há um saco azul na Fundação CCB. O Berardo queixa-se que o Estado não paga o que deve à Fundação Berardo. E depois descobre-se que "em termos de percentagem total, os contribuintes portugueses financiaram a Fundação Berardo (e a marca e visibilidade de José Berardo) em 92,69% do orçamento da Fundação. Ao passo que o financiamento de José Berardo é, nesse período, de 2007 a 2010, de 5,65% do orçamento da Fundação, revela ainda a Secretaria de Estado."

 

Porque será que tenho a sensação que o Berardo é um Alberto João Jardim II?! E porque motivo tenho que andar a financiar a Fundação do Berardo?! Afinal de contas ele tem muito mais dinheiro do que eu e não o vejo contribuir para a minha Fundação, ora essa!

29 de Setembro, 2011

Relação perdoa pena de prisão a homem que agrediu mulher com uma cadeira

Vera Gomes

Há uns tempos atrás foi o Tribunal da Relação do Porto que ilibou um médico da violação de uma grávida porque ela não resistiu (grosso modo).

 

 Agora é o Tribunal de Évora que, num caso em que o marido atingiu a esposa com uma cadeira "dando-lhe uma pancada no peito e provocando-lhe uma contusão da parede torácica, um hematoma na região frontal e na mama e escoriações nos lábios e cotovelo" considera  a "agressão “não foi suficientemente intensa” para justificar a qualificação do crime como violência doméstica.
O mesmo tribunal diz ainda que a descrição, que consta na sentença da primeira instância, sobre a alegada conduta violenta do arguido desde 2004 “mostra-se algo indefinida, vaga e genérica”.
“Não esclarece o número de ocasiões em que as agressões ocorreram, a quantidade de murros e pontapés em causa ou qualquer elemento relativo à forma e intensidade como foram desferidos, ao local do corpo da ofendida atingido e suas consequências, em termos de lesões corporais”, refere.
Tendo em conta que o arguido é delinquente primário, que já não vive com a mulher e que “apenas se provou em concreto uma agressão”, a Relação considera que a pena de multa “satisfaz as finalidades da punição, isto é, a protecção de bens jurídicos e a reintegração do arguido na sociedade”.

Vejamos... quando a senhora morrer às mãos do marido, é sufiencientemente intenso?

 

(in Público)

29 de Setembro, 2011

Pois é...

Vera Gomes

... ainda me estou habituar a dizer a minha idade actual. É que 30 assentavam-me que nem uma luva, 31 começa a ser esquisito dizer em voz alta.

28 de Setembro, 2011

Depressões femininas

Vera Gomes

As depressões feminas têm um efeito quase que imediato na redução do saldo disponível na conta bancária. Por outro lado, dinamizam a economia que se farta!

20 de Setembro, 2011

Editorial brilhante de Pedro Santos Guerreiro

Vera Gomes
Portugal não é a Grécia. É a Madeira
 
A crise é uma coisa séria, o Governo da Madeira não. A ocultação, deliberada e consciente, de despesas não é um problema de eleitores, é um problema de contribuintes - e devia ser um problema de tribunais. São mais 1,6 mil milhões de austeridade. Assinado: Alberto João Jardim.

Durante anos criticou-se a política económica de Jardim, que fez da Madeira um queijo suíço de túneis. Contabilizou-se o despesismo, criticou-se a boçalidade do homem, denunciou-se a pressão sobre a imprensa, sublinhou-se a covardia dos líderes partidários que lá vão beijar as mãos com a vassalagem de quem lhe lambe os pés. Lembra-se disso tudo? Agora esqueça. Porque o que está hoje em causa é outra coisa. É esconder facturas. Não é uma derrapagem, é ocultação. Jardim não tem vergonha na cara mas envergonha o País. Afinal, em Portugal mente-se como na Grécia.

O líder da Madeira vitimiza-se, desconversa, veste-se de Jardim dos Bosques, angaria forças contra o "inimigo externo" que é "o continente". Que o faça. Se ganhar as eleições, os madeirenses só mostrarão o mesmo relativismo ético de muitos dos portugueses que elegem pessoas que "roubam-mas-fazem". A sua eleição continuará a ser usada como colete à prova-de-bala. E servirá de evidência para o nosso Estado ridículo: o Tribunal de Contas abre a boca mas não sai som, a Procuradoria ameaça dar cabeçadas no ar, o Parlamento cofia os bigodes da complacência, os partidos torcem o sobrolho da cumplicidade.

O regime está podre e está pobre. O que Jardim fez alguém deixou fazer. E alguém vai pagar. Porque esta ocultação, que Jardim já confessou, tem dois custos: o de reputação e o de austeridade.

Os portugueses estão a fazer um esforço brutal para descolar da imagem dos gregos. Para que, caso a Grécia entre em incumprimento, Portugal não vá no canal de sucção dos mercados. Estávamos a somar rótulos de bom aluno. Na sexta, os jornais internacionais já arrolavam Portugal ao lado da trapaça grega. O "Financial Times" dava o exemplo para provar que a solidariedade implícita nos Eurobonds será abusada pelos Estados mentirosos. Como Portugal.

O segundo efeito, caro leitor, sai-lhe da carteira. A metade que lhe sobra do subsídio de férias não chega. A economia está sufocada por impostos mas vai ser preciso garimpar estes 1,6 mil milhões que estavam escondidos.

Não se trata de uma derrapagem, mas de uma ocultação. Os portugueses têm de aprender a métrica destes enganos. Se a extinção de 137 institutos permite poupar 100 milhões, pagar o buraco da Madeira num ano significaria fechar 2.200 institutos, com o desemprego e redução de ordenados que isso significa. Ou deixar de baixar a taxa social única em quatro pontos percentuais. Ou aumentar o IVA em mais três pontos. Ou cortar quase outra vez na Saúde e Educação.

Portugal é um armário cheio de esqueletos gordos. As PPP. O imobiliário. Os famosos falidos. As contas da Madeira. É lamentável que só uma força externa, a "troika", tenha um pé-de-cabra para revelar esta corrupção moral. Se Portugal perdeu a autonomia para a "troika", o Governo da Madeira merece manter a sua? Não. Traiu-a.

A frase inicial deste editorial é adaptada de um cartaz numa manifestação em Roma na semana passada, contra as medidas de austeridade. Há semelhanças entre o Berlusconi deles e o nosso. Mas no fim, Jardim não é um tiranete, um ébrio de populismo, um inteligente mascarado de boçal, não é um keynesiano nem um homem de desenvolvimento. No fim, Jardim é apenas um mentiroso que escondeu dívidas que vão custar dinheiro aos outros. Aos que votam e não votam nele. A nós.

Este escândalo é nosso, não é dele; é nacional, não é ilhéu. Como escreveu John Donne num famosíssimo texto, "Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente (...) E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti". No fundo, Jardim sempre contou connosco. Nós é que nunca contámos com ele."

 

in Jornal de Negócios



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