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Quem me conhece sabe que me acontecem as coisas mais inacreditáveis! Pois bem... aconteceu mais uma. No fim de semana fui com os papás aos pasteis de belém, essa bela iguaria, deliciosa, sonho de qualquer estômago. Após nos sentarmos na mesa disponível mais próxima, reparamos numa senhora de meia idade a "vender" uns livritos. Quando a referida senhora se abeirou de nós e começou a desbobinar a lenga-lenga que deve dizer umas milhentas vezes ao dia, interpelei-a, educadamente, dizendo que não estavamos interessados e portanto não precisava de perder o seu tempo. Pois é... Não é que a parva da mulher dirigi-me um tom de indignação e me diz "não precisa de ser agressiva!". Eu?! Agressiva?! Fui extremamente educada e simpática! Mas lá me controlei, e tornei a repetir que não estavamos interessados e portanto agradecia que nos deixasse conversar. Aí... a senhora parecia uma chaleira em erupção, bradou um "não precisa de ser agressiva. Tem que tratar os nervos!". A situação era mais do que caricata! O meu pai olhava para os azulejos, a minha mãe olhava para mim a apertar o riso e eu estava a tentar apanhar o queixo com a reacção da senhora. Todo o cenário era inacreditável! Parecia uma cena dos apanhados! A senhora lá acabou por se afastar da mesa, para fazer rondas à mesa ao largo, e continuar a aconselhar-me a fazer tratamentos aos nervos. Ao fim de uns 10 minutos a rondar tipo leoa à espera do melhor momento de atacar, só se retirou definitivamente quando a minha mãe lhe lançou um daqueles olhares do tipo "não estou a gostar mesmo nada da brincadeira".
A verdade é que as pessoas esquecem-se que ninguém é obrigado a ajudar, que não somos obrigados a ouvir até ao fim as lengas-lengas que nos impigem para comprarmos algo nem tão pouco somos forçados a aturar má educação.
Já muito foi escrito sobre esta questão. As maiores Universidades mundiais já realizaram estudos exaustivos sobre este ponto e até hoje é uma pergunta sem resposta. Contudo, nada como uma saida num Sábado à noite para sabermos um pouco mais sobre este dilema das Ciências Sociais. Meu caros amigos: creio ter a resposta.
Eu própria, sendo mulher, não entendia o porquê deste fenómeno. Mas após uma ida à casa de banho e de ouvir (por acaso) uma conversa entre dois seres do sexo feminino, creio que descobri. As mulheres não vão à casa de banho aos pares para "cuscarem" sobre o fulano jeitoso da mesa ao lado, nem tão pouco para falarem mal da acompanhante espampanante que está com ele. Muito menos vão à casa de banho para trocarem impressões sobre quem está na mesa delas ou conselhos amorosos. As mulheres vão à casa de banho para falarem sobre.... MALAS! É verdade! As mulheres vão aos pares para, enquanto lavam e secam as mãos, retocam a maquilhagem e ajeitam o cabelo, porem-se a par das últimas novidades da moda de acessórios. Falam de malas, bijuteria, saldos, promoções, descontos e até artimanhas para conseguirem um preço mais em conta.
O misticismo sobre as idas à casa de banho foi, para mim, completamente deitado por terra naquela utilização num Sabádo à noite. Tudo graças às Coca-Colas que bebi... Tudo graças à minha bexiga....
Caros amigos,
esta noite resolvi falar-vos do significado que algumas palavras têm para mim.
Comecemos pela palavra "gaja". Gaja é aquela mulher que raramente utiliza a mente para conseguir seja o que for. Vale-se do seu corpinho de sereia e quando acompanha alguém o melhor é nem abrir a boca, nem para sorrir. Para vos exemplificar melhor o grau depreciativo desta amostra de ser humano - Gaja - chamar "gaja" a uma prostituta é um insulto tremendo!
Passemos de seguida para a palavra "linda". Esta palavra é bastante utilizada no tratamento entre homens e mulheres. Os homens gostam muito de dizer " ai linda, onde queres ir hoje?" ou "Queres beber o quê, linda?". Caros amigos do sexo masculino: que raio de elogio é esse?! Linda é a palavra mais usada nos engates baratos. Sim, aqueles engates feitos em bares em que já sabemos o que vocês homens querem: ver o interior das nossas cuecas. Linda é um insulto à inteligência feminina (sim, algumas mulheres são bastante inteligentes). Se nos querem engatar façam-no com estilo, com elegância, cm inteligência e sobretudo: sejam originais.
Por último, a palavra que mais em voga parece estar em Lisboa - "upa". Meus amigos, tenho algo a dizer-vos: Upa o caraças!!!! Upa na minha terra (e a minha prima não me deixa mentir) significa montar alguém. Ora que eu saiba, o que se monta são cavalos. O que nós humanos fazemos é levantamo-nos, subimos, trepamos. Ora tentem lá conjugar "upa". Vão dizer o quê: "nós upamos"?! Não faz sentido nenhum.
A Língua Portuguesa que até é uma língua vasta basta ver o volume de página do Dicionário da Lingua Portuguesa da Porto Editora - 8ª edição) para quê utilizarmos estas palavras tão insípidas como "upa", "gaja" ou "linda"?!
Olá a todos! A minha viagem de regresso a casa foi memoravel, pelo que tenho de partilhar com vocês as minhas instropecções.
A aventura começou logo na paragem do autocarro em que filho baleia de uma baleia ainda maior estava aos gritos e a mãe baleia calmamente dizia "João, filho está calado". Entretanto, tenho de dizer, admirei e muito a paciência do senhora que calmamente lia o seu livro apesar de estar a levar com os gritos da baleia irrequieta.
Mas o verdadeiro ex-libris ocorreu mal eu me sentei no autocarro. Eis que olho na diagonal e vejo um verdadeiro espécime de ser humano digno de análise. Uma senhora, que mal olhei me fez lembrar a funcionária pública que foi admitida no tempo de Salazar. Os seus óculos de há 40 anos atrás, com ar armações com um diâmetro equivalente a rodas de camião (gíria de oculistas), o cachucho castanho no dedo que mal deixava ver a unha eram sem sombra de dúvida provas claras que estava perante um dinossauro da função pública. A roupa que trajava não enganava ninguém: aquele ar de "sou moderna" mas com estilo da época de Salazar, o cruzar de perna (tipo Institnto Fatal mas com mais 30kg), o seu cabelo organizadamente penteado. O olhar de tipico de matriarca percorria todos os presentes no autocarro como quem nos dizia: "eu sei de tudo" ou então, mas tipico ainda deste espécime "o meu filho é /vai ser dr.º".
Entretanto, enquanto analisava com atenção por detrás dos meus óculos escuros este espécime de alto valor arqueológico, reparo que uma baba caia em cima das minhas coisas. Pois é, meus amigos, o puto que vinha no colo da mãe à minha frente, fazia questão de se babar em cima das minhas coisas. Não contente: resolveu começar a cuspir disfarçadamente! Que fazer nestas situações? Não faço a minima. Chegou a minha saída e pus-me a milhas daquele autocarro.
PS: Esqueci-me de vos contar a parte em que o amavel motorista vociferou em plenos pulmões a um condutor: "vê lá se queres que te vá ao cu".....