Carta aos "caramelos" que abancaram no Rossio
Hoje passei no Rossio no caminho para o trabalho e reparei no acampamento cigano que lá está. Depois lembrei-me: não é acampamento cigano! São aqueles que resolveram fazer o mesmo no Rossio que os nossos Hermanos nas Puertas del Sol em Madrid.
Como o autocarro parou mesmo ali ao lado, ainda fui vendo os cartazes colados no monumento nacional, as tendas com cozinhas improvisadas e na faixa etária dos que por ali resolveram acampar.
Gostaria apenas de alertar para alguns pontos:
- Em Espanha eles têm Governo. Cá temos um Governo de Gestão. O Governo já caiu em Março e as eleições em Junho. Querem protestar: vão às urnas!
- O FMI veio para ficar e não adianta de nada dizerem que não pagam. Se Portugal não paga ainda é pior a emenda do que o soneto. Se os papás não tivessem tão preocupados em dar-vos um curso superior, um carro aos 18 anos, entre outras mordomias (ou seja a gastar mais do que ganham) provavelmente não estariamos tão mal como estamos.
- O Rossio é uma praça emblemática de Lisboa que atrai centenas se não milhares de turistas. Agradece-se que não os afugentem uma vez que eles vêm cá e deixam dinheiro dinamizando a economia.
- Em vez de estarem aí acampados sem fazer nenhum, já experimentaram procurar emprego? Não, não estou a referir-me a cargos de direcção, mas sim emprego. Trabalho. Conhecem o conceito? Ao que parece existe por aí muitas lojas, hipermercados, cafés, restaurantes à precisar de empregados. Sempre é melhor do que não ganharem nenhum e pelo menos não sujam o Rossio.
- O conceito de Estado Social não é o mesmo que o Estado ser obrigado a dar emprego a todas as pessoas que terminem um curso superior. Nem tão pouco manter burros a pão de ló. E para que se conste, sempre defendi que quem recebe subsidios, rendas ou apoios do Estado, considerando que o mesmo provem dos impostos dos poucos que trabalham, agradece-se que façam algo pela sociedade, nomeadamente, voluntariado. É o mínimo.
- Por falar em voluntariado, que tal em vez de estarem aí sem fazer nenhum e a ocupar o espaço que ainda nos vai rendendo alguma coisa, pintarem os prédios da Baixa, fazerem voluntariado nos Hospistais, limparem matas (até porque se avizinha a época de incêndios), ajudarem e visitarem os idosos da capital?
São só umas ideias... Portanto, deixem-se de desculpas e façam-se à vida!